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5.5.15
Deri
Saí um pouco mais tarde do escritório. Apesar de já saber
que o metrô estaria cheio utilizei minhas poderosas pernas para, em um trote,
chegar o quanto antes á estação.
Eu ouvi várias vezes o colega que me acompanhava gemer: “Calma
aí, carai”.
Subimos escadas, passamos a catraca, descemos escadas e nos
posicionamos para aguardar o trem.
Um mundo de gente.
O trem para, porta abra, pessoas “nos” entram ao trem.
Estava a quarenta centímetros do colega e apesar de
excelente audição, eu não conseguia ouvir o que sua boca emitia.
Da mesma forma, com um português correto e timbre de voz
elevada não me fazia ouvir.
O barulho do movimento do trem e conversas ao lado, na
frente, atrás e para todos os lados não permitiam, sequer, ouvir o anúncio da próxima
estação.
Com braços fortes e longos segurava a barras pressas ao
teto. Coisa desnecessária devido ao apoio incondicional de estranhos e
pacientes usuários.
Visualizei um rapaz, próximo á porta que gesticulava para a
frente do vagão.
Olhei para a direção que ele gesticulava e nada vi.
Foi neste momento que notei uma moça a gesticular para a
parte traseira do trem.
Liguei os fatos.
A moça, duas portas distante, quase oito metros depois,
conversava com o rapaz que gesticulava.
Tinham deficiência auditiva e por linguagem de sinais e
libras se comunicavam melhor que eu, á quarenta centímetros do meu interlocutor.
Senti-me o pior dos deficientes.
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