No Capítulo
anterior...
Rabelo não estava na recepção quando
sai, mas ao fechar a porta do elevador, comigo dentro, o avistei em um canto da
sala. Estava me dando tchauzinho com as pontas dos dedos e um sorriso nos
lábios.
De lá voltei para casa, almocei um
delicioso omelete de gorgonzola que eu mesmo preparei e decidi fazer algo
diferente.
Algo muito diferente
Decidi testar a popularidade do MEIOPARDO.
Sim, á luz do dia.
Estava sem seguranças, por que não?
Vesti a roupa, mas sem a cabeça. Fiquei
muito parecido com um motociclista em macacão de couro, não chamaria muito a
atenção.
Fui até a base e á uns vinte metros de
lá estacionei a moto e comecei á andar na calçada.
Continuação...
Percebendo que estava invisível á
olhares curiosos, entrei rapidamente no portão baixo que estava apenas
encostado.
Desviei dos inúmeros montes de fezes
falsas que Vtec rearranjava diariamente no quintal e me alinhei á soleira.
- Alguém abre a porta para mim?
Esperei por quase dois minutos e não
obtive resposta.
Claro, não haveria ninguém á esta hora. Estariam
em suas atividades do dia á dia.
Coloquei o capacete no chão e resolvi
sondar as possibilidades de entrada.
Lá atrás, onde ficava a Blackbird,
coberta por uma lona plástica, avistei uma janelinha pequena entreaberta. Era
apenas uma vigia, mas não haveria condições físicas para fazer a curva
necessária para um salto de entrada.
Eu me alinhei á ela e saltei me
agarrando em sua beirada.
Percebi que era do modelo basculante e a
abri em um ângulo de quase noventa graus, suficiente para que eu passasse.
Já lá dentro percebi que era um banheiro
e que alguém havia tomado banho á pouco tempo, pois a umidade ainda pairava no
ar em forma de vapor e a temperatura era alta.
Passei a porta e no corredor que seguia
para os quartos vi marcas de pés úmidos no chão.
Pés pequenos, não que Vtec tivesse uma
estrutura grande, mas imaginei que seria de Fernanda ou Rosa.
Caminhei até metade do corredor e da primeira
porta visível surgiu Rosa.
Rosa estava lá de pé na minha frente e
vestia uma toalha de banho na cabeça.
Apenas isto. Uma toalha de banho na
cabeça.
Não houve susto em ambos os lados e, da
mesma forma que ela admirava minha roupagem de MEIOPARDO eu admirava sua pele
branca e seu corpo curvilíneo.
Ficamos muitos segundos á nos admirar e
não distingui se os motivos eram diferentes.
Minha atenção somente foi retomada
quando números começaram a correr em minha mente, por nano segundos. Não sabia
o que significavam, mas acordei do transe que aquela paisagem sugeria.
Eram as probabilidades dos problemas.
Continua...
“Não use drogas, a vida é uma viagem”
Trata-se de uma obra
fictícia e os nomes utilizados nada tem haver com seus homônimos da vida real.
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