04/06/2013

Saga Derinarde II – Capítulo 137

No Capítulo anterior...

Mal pude ouvir o convite, pois o barulho que seu perfume fez em minha cabeça me atordoou.
- Dançar? Hoje? Pensei se daria tempo de cancelar o compromisso com Elen, mas ela já devia estar á caminho.
- Não vai dar. Tenho um compromisso daqui á pouco. Inadiável.
Ao terminar a frase, o interfone tocou. Levou alguns segundos para eu entender que a campainha do interfone era mesmo do interfone e não minha cabeça que estava tocando.
Enquanto eu atendia ao telefone, corria os olhos na escultura que estava á minha frente. Tornozelos bem desenhados e firmes sustentando as longas e esguias pernas que terminavam em coxas que mostravam o contorno de músculos definidos, a sainha verde-mar, curtíssima, que encobria o final das maravilhosas coxas chegavam á um abdômen muito fino ou inexistente...
- Oi Fábio? Disse ao interfone.
- Elen Perez está subindo. Disse Fabio sem rodeios.

Continuação...

- Peça para esperar dois minutos. Implorei para Fábio.
- Vixi... Já foi. Está no elevador.
Voltei á mim como se recebesse um balde a água fria.
Não sei por que estava nervoso. Nada acontecera. Nada aconteceria.
Eu me dirigi á Fernanda.
- Bem, como eu disse, hoje não tem jeito, meu compromisso chegou. Minha diretora está aí e vamos trabalhar juntos em algo inadiável e...
Fernanda colocou dois dedos em meus lábios selando-os.
- Tudo bem. Eu vou dançar sozinha, então.
A campainha tocou. E Fernanda já se encaminhou para a porta. Ela mesma a abriu.
Duas surpresas, uma de cada lado.
Em alguns segundos que pareciam uma eternidade as duas se olharam, ou melhor, se rastrearam.
Mediram cada centímetro, uma da outra.
Senti uma tensão no ar que alguns poderiam jurar ter visto descargas elétricas de milhares de volts.
- Elen esta é Fernanda Galindo. Fernanda, esta é Elen Perez, minha diretora, e...
Fernanda foi a primeira a quebrar o gelo.
- Olá, que pena que vocês vão trabalhar, eu vou apenas me divertir. Tchau. E embarcou no mesmo elevador que Elen havia chegado.
Elen á acompanhou, com os olhos, até a porta do elevador se fechar e a luz do mesmo iniciar a descida.
- Eu atrapalhei algo? Elen foi extremamente irônica.
- Entre, entre. Quer beber um vinho? Eu á guiei pelo braço, pois relutava á entrar.
- Esta perua está te rodeando muito. E não é só dinheiro que está te oferecendo, não é? Elen terminou de falar enquanto eu pegava uma garrafa de Cabernet e fingia que não ouvia.
Servi uma taça de vinho á Elen que prontamente levou aos lábios. Ela estava mesmo precisando.
Trouxe meu tablet até a sala e o conectei ao aparelho de TV, uma tela maior seria mais conveniente.
Eu havia preparado uma apresentação mesclando partes do projeto oficial com o que tínhamos ajustado. Vtec, Fernanda e eu.
Eu estava disposto á contar tudo em detalhes á Elen, não por confiar muito nela, mas por necessidade de agir com tempos e serviços que eu dependia, ou melhor, que o MEIOPARDO dependia.
Comecei pela partição escondida onde guardávamos as alterações e aprimoramentos, depois sobre os algoritmos de decisão, as ondas de luz e infravermelho, ondas de sons, e tudo mais.
Elen estava entendendo a evolução que havíamos conseguido.

  Continua...


 “Não use drogas, a vida é uma viagem”

Trata-se de uma obra fictícia e os nomes utilizados nada tem haver com seus homônimos da vida real.

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