No Capítulo
anterior...
Mal pude ouvir o convite, pois o barulho
que seu perfume fez em minha cabeça me atordoou.
- Dançar? Hoje? Pensei se daria tempo de
cancelar o compromisso com Elen, mas ela já devia estar á caminho.
- Não vai dar. Tenho um compromisso
daqui á pouco. Inadiável.
Ao terminar a frase, o interfone tocou.
Levou alguns segundos para eu entender que a campainha do interfone era mesmo
do interfone e não minha cabeça que estava tocando.
Enquanto eu atendia ao telefone, corria
os olhos na escultura que estava á minha frente. Tornozelos bem desenhados e
firmes sustentando as longas e esguias pernas que terminavam em coxas que
mostravam o contorno de músculos definidos, a sainha verde-mar, curtíssima, que
encobria o final das maravilhosas coxas chegavam á um abdômen muito fino ou
inexistente...
- Oi Fábio? Disse ao interfone.
- Elen Perez está subindo. Disse Fabio
sem rodeios.
Continuação...
- Peça para esperar dois minutos.
Implorei para Fábio.
- Vixi... Já foi. Está no elevador.
Voltei á mim como se recebesse um balde
a água fria.
Não sei por que estava nervoso. Nada
acontecera. Nada aconteceria.
Eu me dirigi á Fernanda.
- Bem, como eu disse, hoje não tem
jeito, meu compromisso chegou. Minha diretora está aí e vamos trabalhar juntos
em algo inadiável e...
Fernanda colocou dois dedos em meus
lábios selando-os.
- Tudo bem. Eu vou dançar sozinha,
então.
A campainha tocou. E Fernanda já se
encaminhou para a porta. Ela mesma a abriu.
Duas surpresas, uma de cada lado.
Em alguns segundos que pareciam uma
eternidade as duas se olharam, ou melhor, se rastrearam.
Mediram cada centímetro, uma da outra.
Senti uma tensão no ar que alguns
poderiam jurar ter visto descargas elétricas de milhares de volts.
- Elen esta é Fernanda Galindo.
Fernanda, esta é Elen Perez, minha diretora, e...
Fernanda foi a primeira a quebrar o
gelo.
- Olá, que pena que vocês vão trabalhar,
eu vou apenas me divertir. Tchau. E embarcou no mesmo elevador que Elen havia
chegado.
Elen á acompanhou, com os olhos, até a
porta do elevador se fechar e a luz do mesmo iniciar a descida.
- Eu atrapalhei algo? Elen foi
extremamente irônica.
- Entre, entre. Quer beber um vinho? Eu
á guiei pelo braço, pois relutava á entrar.
- Esta perua está te rodeando muito. E
não é só dinheiro que está te oferecendo, não é? Elen terminou de falar
enquanto eu pegava uma garrafa de Cabernet e fingia que não ouvia.
Servi uma taça de vinho á Elen que
prontamente levou aos lábios. Ela estava mesmo precisando.
Trouxe meu tablet até a sala e o
conectei ao aparelho de TV, uma tela maior seria mais conveniente.
Eu havia preparado uma apresentação
mesclando partes do projeto oficial com o que tínhamos ajustado. Vtec, Fernanda
e eu.
Eu estava disposto á contar tudo em
detalhes á Elen, não por confiar muito nela, mas por necessidade de agir com
tempos e serviços que eu dependia, ou melhor, que o MEIOPARDO dependia.
Comecei pela partição escondida onde
guardávamos as alterações e aprimoramentos, depois sobre os algoritmos de
decisão, as ondas de luz e infravermelho, ondas de sons, e tudo mais.
Elen estava entendendo a evolução que
havíamos conseguido.
Continua...
“Não use drogas, a vida é uma viagem”
Trata-se de uma obra
fictícia e os nomes utilizados nada tem haver com seus homônimos da vida real.
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