No Capítulo
anterior...
David tirou do bolso um pequeno pendrive
e me entregou.
- Estas são suas sequências. Nem mais
nem menos. Você me agradecerá depois. Pode começar.
Fui até o computador de Gleide e pedi á
ela para baixar minhas sequências.
Foi o que ela fez.
Ao abrir o arquivo ela soltou uma
expressão de espanto.
- Uau! Você vai disputar um MMA?
- Muito puxado é? Perguntei á ela, pois
de onde estava não via a tela do computador.
- Isso é nível “Cigano”, para não dizer
outra coisa. Vai ser doido. Ela estava espantada e ao mesmo tempo fascinada com
a exigência dos exercícios.
Pedi á ela que deixasse guardado em seu
computador, pois ela faria meu controle e fui para o aquecimento.
Continuação...
Em duas horas fiz tudo que me foi
solicitado. Estava cansado e satisfeito.
Como tinha o dia livre, pois não iria
para a POLI, decidi ficar em casa e estudar o material que havia pegado em
relação ás inovações que receberia na próxima cirurgia.
Eu receberia articulações biônicas nos
ombros, cotovelos e punhos.
A clavícula, os ossos dos braços, mãos e
dedos seriam revestidos, internamente, com finíssimos tecidos de grafeno, da
mesma forma que a coluna vertebral, do pescoço ate o meio das costas.
O grafeno é uma molécula de carbono que
unido forma um fio finíssimo e muito resistente. Com o grafeno constrói-se um
tecido e este se torna um tecido inteligente, capaz de responder á estímulos
elétricos e magnéticos e, neste caso seria para dar suporte á força extra que
as novas articulações receberiam.
A estrutura muscular também receberia
fios de grafeno que serviriam para que correntes elétricas estimulassem-os para
respostas rápidas e necessárias á novas características.
Tudo estava perfeitamente estruturado e
contemplado, mas alguma coisa não combinava. Alguma coisa não completava.
Isso me incomodou muito, pois os
engenheiros fizeram um detalhamento do que já existia nos membros inferiores
até a bacia. Fizeram o mesmo detalhamento do existirá até o tórax, mas por
algum motivo que eu ainda não sabia o porquê, não tinha uma ligação, “Em cima,
em baixo”.
Como o texto era aberto aos
participantes do projeto e permitia comentários, fiz o meu, mostrando esta
preocupação, ao mesmo tempo em que mandei uma mensagem á Vtec. Não sabia se ele
participaria do grupo e esta hora do dia ele estaria no seu trabalho e não na
base.
Eu me interessei tanto nos documentos
que não percebi a hora passar.
Lá pelas oito da noite o interfone tocou
e o porteiro, Fábio Garcia, anunciou que Fernanda Galindo estava subindo.
Ao abrir a porta deparei com uma obra de
arte. Fernanda estava maravilhosa, como sempre.
- Então? Vamos dançar? Fernanda falou
enquanto passava pela porta.
Mal pude ouvir o convite, pois o barulho
que seu perfume fez em minha cabeça me atordoou.
- Dançar? Hoje? Pensei se daria tempo de
cancelar o compromisso com Elen, mas ela já devia estar á caminho.
- Não vai dar. Tenho um compromisso
daqui á pouco. Inadiável.
Ao terminar a frase, o interfone tocou.
Levou alguns segundos para eu entender que a campainha do interfone era mesmo
do interfone e não minha cabeça que estava tocando.
Enquanto eu atendia ao telefone, corria
os olhos na escultura que estava á minha frente. Tornozelos bem desenhados e
firmes sustentando as longas e esguias pernas que terminavam em coxas que
mostravam o contorno de músculos definidos, a sainha verde-mar, curtíssima, que
encobria o final das maravilhosas coxas chegavam á um abdômen muito fino ou
inexistente...
- Oi Fábio? Disse ao interfone.
- Elen Perez está subindo. Disse Fabio
sem rodeios.
Continua...
“Não use drogas, a vida é uma viagem”
Trata-se de uma obra
fictícia e os nomes utilizados nada tem haver com seus homônimos da vida real.
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