19/04/2013

Saga Derinarde II – Capítulo 104


No Capítulo anterior...

- Eureca. Esta palavra pronunciada por Vtec sempre me trazia alegria e conforto.  
 - O que foi base?
- Sabe aqueles códigos estranhos que acompanhavam o sinal de sua visão que eu não sabia o que era? Vtec estava entusiasmado e me preparei para uma aula inteira.
- Vtec, agora nós não temos tempo para explicações. Posicione-me na situação. Fui ríspido com meu amigo.
- Esta bem. Homem amarrado e abaixado á quarenta ponto oito metros, nove horas. Três homens de guarda.
- Uma arma grande. Pode ser a FAL e três pistolas, um com uma e outro com duas.
- Você tem quatro pontos de apoio para chegar lá, mas não tem como entrar a não ser por cima.
- Base dê as coordenadas na sequência e do ponto de vista de cada uma. Pedi e ouvi com muita atenção.
Vtec continuou com uma precisão que faria a diferença. Eu agiria no escuro.

Continuação...

- Doze ponto quatro metros onze horas, dezesseis ponto um metros doze horas, seis ponto nove metros sete horas, onze ponto sete metros duas horas.
- Ok entendido. Tente identificar o tipo de material do telhado, acho que vou por lá. Falei enquanto me posicionava.
- Hora do ioiô. E saltei. Saltei exatamente como as coordenadas foram passadas e torcia muito para não ter bacias no meu caminho. Elas já se mostraram bastantes frustrantes por hoje.
No segundo salto ouvi Fernanda em minha cabeça.
- Amianto. Telha de amianto de três centímetros. Só com seu peso já quebram. Ripas as sustentam por baixo.
A entrada já estava decidida. Seria por cima.
- Posição dos ocupantes em relação á quarta posição? Perguntei mas não acreditava que haveria tempo para a resposta.
Após o último salto e quando meus pés tocavam as telhas de amianto a voz de Vtec ecoava em minha mente.
Não houve tempo de pensar. Por reflexo ou quem sabe uma ligação direta do cérebro ás pernas eu seguia as ordens sem ao menos ver o que acontecia.
- Duas horas um metro e doze, seis horas três metros e trinta, oito horas dois metros e dezoito. Realmente eu quase não ouvi as coordenadas, mas minhas pernas deram golpes certeiros.
A título de comparação, eu só me sairia melhor se Vtec tivesse um “joystick” nas mãos.
Os três estavam golpeados e no chão.
Fui até a vítima que embora amarrado e amordaçado visse tudo e não acreditava no que tinha visto.
- Meu trabalho acabou. Quando eu sair, grite o máximo que puder. A polícia está em volta e logo o achará. OK? Ele assentiu com a cabeça.
Recolhi as armas e as joguei por cima do telhado.
Eu mentalizei a mesma rota de chegada e saltei.
Estava fora da favela.
Do poste na frente da entrada da favela a qual cheguei vi quando o Citröen cinza com a palavra “Reportagem” na janela traseira chegou.
De máquina fotográfica e bloquinho na mão Luiz Nobrega Prymo chegou.
Ele teria algo mais á escrever sobre MEIOPARDO naquela noite.
Esperei algum tempo e solicitei:
- Base como estamos?
- A polícia recuperou o sequestrado alguma droga e tudo está em ordem. Fernanda parecia mais cansada que eu devido á pressão.
Eram quatro horas da manhã e fui para casa.
Ao chegar a casa vi que os seguranças estavam lá na frente e no sofá Waldir dormia todo desajeitado.
Chamei-o para a cama do quarto de hóspedes e dormindo mesmo desmoronou na cama.
Eu estava ainda excitado pelo que ocorrera. Não só com o desfecho, mas “numa geral”, como havia momentos antes respondido ao repórter Prymo.
Comecei a achar, de verdade, que estava fazendo algo bom.
Não sabia quanto tempo duraria, mas que era necessário e muito, muito gratificante.

  Continua...


 “Não use drogas, a vida é uma viagem”
Trata-se de uma obra fictícia e os nomes utilizados nada tem haver com seus homônimos da vida real.
Os textos e imagens aqui constantes foram em parte ou todo coletados na internet.  http://www.google.com/ http://www.wikipedia.com/

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