Como todo
domingo, abria um pãozinho ao meio, passava manteiga, na época era manteiga, a
margarina era mais cara, e saída de casa mastigando, a seco mesmo.
O objetivo
era a esquina da rua Alcatrazes com a rua de casa, no mesmo quarteirão.
Sob uma
arvores que aqui em são Paulo denominamos Seringueira, e na verdade nada tem
com a Seringueira da borracha, apesar de soltar muito leite (seiva) quando
destacamos uma folha, chegávamos um a um da turma, sem necessáriamente a
obedecer qualquer ordem.
Landinho
(Orlando), Zé (José Carlos), Véio (João), Neno (Nelson, meu irmão), as vezes
mais um ou dois, as vezes menos.
Neste
domingo, como nos outros, batendo papo, vendo a hora passar decidimos ir ao Zoológico.
Bem
juntamos os trocados e passamos na feira (feira-livre) que acontece até hoje a
rua Carneiro da Cunha, compramos 2 sacolas de mexerica e começamos a caminhada,
sim caminhada, fomos a pé.
Eram apenas cinco quilômetros e o caminho era muito divertido.
Não existia
a avenida Água Funda ou avenida Abraão de Moraes ou ainda Imigrantes, mas
existia o córrego.
Descíamos
pela Miguel Stefano até o córrego Agua funda, íamos seguindo o córrego pela
margem esquerda, o nosso lado, até mais ou menos onde hoje é a secretaria da
agricultura, atravessávamos o córrego, aos pulos, pois neste ponto, sem ponte.
O córrego Água Funda ainda existe é esta embaixo da Rodovia dos Imigrantes, no Jabaquara.
É puro esgoto, mas nesta época a agua era transparente e tinha peixinhos.
A mata que
existia ficava morro acima e escalávamos sete ou oito vezes antes de chegar ao
topo, pois com um pedaço de papelão fazíamos o que hoje chamam de esqui-bunda
(disse que era divertido).
Atravessávamos
a mata, chamava “mata do governo”, é um parque de pesquisa mantido pela USP, e
no caminho parávamos para ouvir os loucos. Existia um manicômio e ficávamos
quietos tentando ouvir alguma coisa. Historias mil eram contadas naquele
caminha, mas tudo imaginação fértil das “lendas urbanas”.
Chegamos á
Miguel Stefano. A mesma que mencionada anteriormente, pavimentada, com ponte,
tudo tranquilo, mas sem nenhuma emoção que só existia no “nosso caminho”, era
só procurar a entrada.
A
bilheteria sabíamos de cor, mas a entrada tínhamos que procurar.
Toda a volta
do parque Zoológico era de alambrado e a manutenção não era tão frequente
ocorrendo então “alguns buracos” onde, sem muito esforço passávamos, um a um.
A entrada
do parque não era cara, assim como não o é hoje, mas uma criança que se preze
dá muito mais valor por uma entrada assim, não é?
Depois da
entrada era só passear, chupar mexerica e atirar algumas, para os macacos,
elefantes e outros bichos.
Passávamos
o dia inteiro no parque e voltávamos ao entardecer, pelo mesmo caminho, com as
mesmas diversões e as mesmas histórias, afinal mudar porque, se era tão bom.
O domingo
era muito bom assim e repetimos algumas vezes.
“Não use drogas, a vida é uma viagem”
Os textos aqui constantes
forada dm em parte ou todo coletados na internet. http://www.google.com/ http://www.wikipedia.com/