07/03/2012

Saga Derinarde II - Carros de papai


Como terminei a parte da saga anterior em um carro, quer dizer em um Jipe, vou até continuar com o tema. Foi uma vez, e desta o carro era um Hudson, carrão, prateado e lembro até que, com os retoques rotineiros que papai dava, as vezes ficávamos com mãos e roupas da mesma cor, prateados, voltando á história, o grande Hudson virou para a direita em direção a uma grande subida, papai então estacionou e aguardou que o transito diminuísse, quer dizer, parasse, pois quase ninguém mais passava naquela rua empoeirada, não houve entendimento algum até que a primeira marcha foi engatada e numa aceleração frenética o carro começou a ganhar velocidade, e cada vez mais rápido até que a íngreme subida começou e automaticamente e inversamente proporcional á inclinação, a velocidade diminuiu até que paramos. 

                          Era mais ou menos isso, só que uma única cor, PRATA.
                                     

                                                      A Subidona.
                                      

Sim paramos antes do topo, muito próximo do topo, mas eu disse paramos, ah me enganei, começamos a voltar de ré, se não fosse trágico, que nada, foi cômico sim, muito cômico. Com uma astúcia indescritível, afinal papai, meu herói, fez uma brusca e  certeira manobra, pra deixar qualquer manobrista de estacionamento de boca aberta, e colocou o carro numa pedra, fazendo-o parar. Hoje, cá com meus botões, “num tindi nadica”. O carro não subiu, o freio não funcionou, o motor apagou... Que porra de carro era aquele e principalmente, que maluco levaria a família pra andar naquilo, bem deixa pra lá, estamos todos vivos, sãos e salvos.

                Tá certo que exagerei um pouco, mas eu era pequeno e a imaginação voa.
                                 

Outro carro que me recordo, foi um Sinca. É um “SC”, outro carrão. Sinca Chambord vermelho com teto e calda brancos, papai dizia, "um saia e blusa". 
                          Na Lembrança      Sinca Chambord         Como Era
                

Era de praça (Praça é como eram conhecidos os Taxis e não era obrigatório cores específicas ou adesivos, apenas um luminoso no teto com a palavra, deixa eu lembrar, ah sim, Taxi). Esse funcionava bem e era um luxo só. Passeamos bastante no carrão, íamos muito para Osasco nele. Tenho uma tia, Aracy, até hoje em Osasco. Na época, saíamos de um lugar feio, Cidade Adhemar, para um lugar mais feio ainda, Jardim d´Abril em Osasco. Os moradores me perdoem mas estes dois lugares a 40 anos atrás não eram Bervely hills ou Vegas.

               

Este carro foi perdido, quer dizer, no entusiasmo de aumentar a renda familiar, papai trabalhava com ele de dia e por comissão, um camarada trabalhava a noite, tem lugares que ainda se faz isso até hoje, pois é. O infeliz acabou com o carro numa porrada de dar gosto. Lembro que quando o Sinca foi jogado do reboque na garagem de casa pouca coisa se aproveitava dele. Papai até chorou, afinal ele não perdera só um carro, perdera o emprego, o ganha pão. O chão...

                               

Bem ele foi trabalhar de motorista de Kombi como entregador, o camarada desembolsou algum dinheiro o carro foi sendo consertado aos pouco, foi feito uma rifa e, mais ou menos se resolveu o assunto.

                              


Não use drogas, a vida é uma viagem”


Á Os textos aqui constantes forada dm em parte ou todo coletados na internet.  http://www.google.com/ http://www.wikipedia.com/        

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